João de Araújo Correia
A palavra ao Autor: “ Filho de pais remediados, nasci em Canelas do Douro, concelho de Peso da Régua, na madrugada de 1 de Janeiro de 1899. Frequentei as primeiras letras e instrução primária na sede do concelho, onde meus pais se fixaram quando completei ou ia completar os meus três anos de idade... Frequentava eu o terceiro ano de Medicina, antes de cumprir os meus vinte anos, quando adoeci gravemente. Obrigado a interromper o curso... concluí-o em Outubro de 1927.
... Sei que nasci escritor em casa de lavoura, situada à beira de uma fonte, na antiga vila de Canelas do Douro”.
Contista, por excelência, mas também novelista e cronista, perpassa em toda a sua obra um acentuado pendor regionalista e um forte eco universal.
Nele, o contista e o cronista formam um só, no gosto do humilde e do simples. Deu “dignidade ao trivial, poesia ao prosaico, eternidade ao efémero“, no dizer de Bigotte Chorão.
Entendeu o Alto Douro como um património ímpar, criado pela mão do Homem e ao Homem do Douro votou toda a sua criação literária. Paladino na defesa dos valores sociais da sua terra, possuidor de uma capacidade de análise crítica acutilante e mordaz, deixou uma vasta obra literária.
Faleceu na cidade do Peso da Régua, em 31 de Dezembro de 1985.
Bibliografia:
- 10 livros de contos, 4 novelas, 8 livros de crónicas, 1 livro de poesia, 15 títulos diversos. Entre os quais:
Contos Bárbaros (1939); Contos Durienses (1941); Terra Ingrata (1946); Folhas de Xisto (1959); Montes Pintados (1964); Horas Mortas (1968); Enfermaria do Idioma (1971); Rio Morto (1973); Nuvens Singulares (1975); Lira Familiar (1976); Pátria Pequena (1977); Outro Mundo (1980).