Miguel Torga
Nome literário de Adolfo Correia da Rocha, médico, natural de S. Martinho de Anta, concelho de Sabrosa, distrito de Vila Real, onde nasceu a 12 de Agosto de 1907.
Estudou no Seminário de Lamego e em 1920 emigra para o Brasil, chamado por um seu tio, que o incentiva a frequentar o Liceu de Leopoldina. Regressado a Portugal em 1925, matricula-se na Faculdade de Medicina de Coimbra em 1928 e conclui a licenciatura em 1933.
Ansiedade, um livro de poemas, de 1928, é o seu primeiro título literário. Em 1931 publica Pão Ázimo, o seu primeiro livro em prosa. Colabora na Presença, de cujo ambiente se afasta para seguir um caminho de intransigente independência.
A sua obra assume dimensão universal. Ela emana da sua presença actuante na vida, das raízes telúricas e ancestrais que alicerçam a consciente satisfação da sua capacidade criadora e sustentam a sua luta democrática, contra as limitações múltiplas que aprisionam o ser humano. Miguel Torga, tocado pelo sofrimento da Humanidade, sente e cria poesia, mergulhado nas dores físicas e morais do seu semelhante.
De uma riqueza estética invulgar, dominando uma técnica narrativa perfeita, com um vocabulário rico e uma sobriedade poética de pendor clássico, a sua obra está destinada a não se extinguir com o tempo.
Adolfo Correia da Rocha faleceu em Coimbra, a 17 de Janeiro de 1995, e repousa na sua terra natal, junto de seus pais e irmã.
Principais obras literárias:
Diário; Bichos (1940); Contos da Montanha (1941); Vindima (1945); Sinfonia (1947); Paraíso (1949); Cântico do Homem (1950); Orfeu Rebelde (1958).