Itinerário I

Lalim – Lazarim – Mazes (Aldeia da Anta) -Ponte Fortificada da Ucanha – Mosteiro de Salzedas – Mosteiro de S. João de Tarouca – Convento de Ferreirim – Lalim

Extensão aproximada: 80 km

Com ponto de partida da Quinta do Terreiro, inicie o trajecto por Lazarim (a 3 km). Esta aldeia tornou-se famosa pelas suas máscaras de madeira (Máscaras de Lazarim), esculpidas por artesãos locais e usa-das durante o ritual carnavalesco do Enterro das Comadres. Goze a vista sobre o vale do Varosa, que se torna realmente espectacular na subida depois de Lazarim.

Suba na direcção de Mazes. Desta última aldeia parte um caminho de terra que sobe até à Aldeia de Anta. Vale a pena forçar a suspensão do carro ou fazer uma caminhada retemperadora (de 1300 m) até lá cima para ver o panorama da serra de Montemuro e uma das últimas aldeias de colmo e granito para onde se fazia a transumância do gado no Verão (tal como nas brandas minhotas).
Volte pelo mesmo caminho, atravesse Lazarim e Lalim e, já na EN226, corte à direita, na direcção de Tarouca: no centro da vila tem um templo românico, a Igreja de S. Pedro, cuja origem remonta aos alvores da nacionalidade e que, apesar das modificações que sofreu ao longo dos séculos, mantém algumas das características da arquitectura medieval.

Se pretender e gostar da montanha, poderá subir até à Serra de Santa Helena e Cristo-Rei e daí observar o Vale do Varosa, um autêntico “vale encantado…”
Volte à 226 e siga na direcção de Moimenta da Beira; aproximadamente, 3 km depois, corte à esquer-da para Ucanha/Salzedas. Encontrará primeiro a famosa Ponte-Fortaleza sobre o Varosa que defendia o acesso (e o direito de cobrança de portagem) do couto dos monges de Salzedas. Única em Portugal, esta ponte fortificada testemunha a organização senhorial medieva, época em que a economia dominial se baseava na cobrança de direitos e foros. A cobrança de direitos de passagem foi depois proibida pelo Rei D. Manuel, em 1507, como se comprova na carta de foral dada ao Mosteiro de Salzedas. Algumas referên-cias dão uma origem romana à ponte, sendo possível datá-lado século XII, sabendo-se ainda que a torre foi reedificada em 1465 por D. Fernando, abade de Salzedas, como, aliás, está inscrito na própria torre


Depois de visitar a aldeia, a ponte e a Igreja Paroquial do século XII – o seu tecto contém pinturas da escola de Grão Vasco -, retome a estrada. Passará pelas Caves da Muganheira, visite as suas caves e delicie-se com uma ou mais (!) taças de espumante, cuja qualidade ímpar, o consagram como o primeiro entre os melhores do nosso país vitícola.

Três quilómetros adiante, surge o Mosteiro Cisterciense de Salzedas, do qual pouco mais resta que a respectiva igreja e cujas origens remontam a 1155, quando Dª Teresa Afonso, com o apoio de D. Afonso Henriques, patrocinou a instituição de um mosteiro de monges bernardos. A igreja foi fundada em 1168 e sagrada em 1225. Dª Teresa não chegou a ver a obra pronta, pois morreu em 1171.
Sujeita a grandes transformações nos séculos XVII e XVIII, mantém elementos românicos, bem como interessantes decorações interiores. As recentes escavações do IPPAR puseram a descoberto a traça medieval das naves, sendo agora visíveis os arcos quebrados, as colunas e os capitéis decorados, escon-didos sobre a estrutura do século XVIII. Merecem ainda referência as pedras tumulares embutidas de D. Vasco Coutinho, 1º conde de Marialva, falecido em 1450, e sua mulher, Dª Maria de Sousa e de João Cou-tinho, 2º conde de Marialva. Conservam-se ainda a sacristia, a sala do Capítulo e Capela do Desterro, revestidas por azulejos dos séculos XVII e XVIII, respectivamente.

Antes de entrar na abadia, ou depois, faça uma visita à antiga povoação, de ruelas estreitas e tortuo-sas, que a tradição popular associou à presença dos judeus
Volte à E.N. 226. No encontro com esta, vire à esquerda e, 1,5 km depois corte à direita para São João de Tarouca. Siga as indicações até ao mosteiro, o mais antigo convento português da Ordem de Cister (séc. XII) implantado num vale fértil e de águas abundantes. Foi fundado sob os auspícios de D. Afonso Henriques, que concedeu aos monges carta de couto em 1140, como recompensa pelo auxílio prestado na tomada de Trancoso aos mouros. De todo o conjunto monástico subsistem apenas a igreja, a ossatura do corredor monacal e as ruínas de algumas dependências monacais, como os dormitórios. Nas imediações permanecem ainda as capelas de Santa Umbelina, Santo António e Santa Catarina. A igreja, que é um exemplar da arquitectura cisterciense da escola de Borgonha, apresenta rica decoração interior, com talha dourada e azulejos, bem como pinturas de Grão Vasco, entre as quais o famosíssimo S. Pedro. No núcleo da escultura sobressai uma Virgem com o Menino, em granito policromado, e a arca tumular gótica do Con-de Barcelos, também em granito, com tampa com estátua jacente. Apresenta as faces esculpidas -  nos pés um escudo com as Armas Nacionais e, nas faces, cenas de caça ao javali, temática adequada à posição social do tumulado. A dois passos há uma curiosa ponte medieval sobre o rio Varosa, nosso companheiro ao longo de todo este percurso.


Retorne à E.N. 226 e tome a direcção de Lamego. Vá atento, porque encontrará placas indicativas do antigo Convento de Ferreirim, de que apenas resta a igreja e cujo lugar foi originariamente um espaço a partir do qual se defendiam as terras dos poderosos Sousas de Riba Vizela. Fundado por volta do século XIV/XV, o convento da Ordem de S. Francisco irá crescer graças ao patrocínio dos últimos condes de Marialva cujo magnífico túmulo se encontra situado na capela-mor da igreja, local valorizado por uma boa obra de talha barroca. No interior da igreja deve-se atentar nas tábuas da autoria dos Mestres de Ferreirim, nome pelo qual ficaram conhecidos os pintores Cristóvão de Figueiredo, Garcia Fernandes e Gregório Lopes, contratados, em 1533, para trabalharem a soldo do infante D. Fernando, casado com uma filha do 4º conde de Marialva.

Regresse à Quinta do Terreiro para retemperar forças, apreciando a boa gastronomia local acompa-nhada dos melhores vinhos das regiões do Douro e Távora-Varosa.


Boa Viagem

in Douro – Rota Medievais

QUINTA DO TERREIRO
5100-550 Lalim
Lamego - Douro - Portugal
Tel. (+351) 254697040/1
(chamada para a rede fixa nacional)
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